Etanol: governo estuda retirar impostos e criar linha para estocagem
13/04/2020 - Para a ministra, o produto contribui muito para a balança comercial brasileira e não se pode deixar o setor com prejuízos
FONTE: Canal Rural
O etanol vive uma tempestade, afirmou nesta segunda-feira, 13, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. “Além da queda de preço por conta desta briga internacional entre Arábia Saudita e Rússia, tem a queda na demanda, de cerca de 60%, segundo dados da Datagro em plena época de colheita da cana-de-açúcar”, afirmou a ministra em entrevista à TV Bandeirantes.
Diante deste cenário, Cristina afirmou que o governo estuda um pacote de auxílio ao setor. “Ao total, são três pedidos. O primeiro dele é o aumento da Cide [Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico] para gasolina e retirar os tributos PIS/Cofins para o etanol por um período, com o objetivo de ajudar usinas de cana-de-açúcar em tempos de coronavírus. Outro pedido é um alinha de crédito para um ano de estocagem”, disse.
“Estou em conversa com o Banco Central e o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] para fazer um ano de estocagem do produto. O grande desafio são os juros. Os bancos estão sem apetite e estão vendo risco em tudo e não baixando os juros como o governo está fazendo. Vemos juros de 9% a 12% e isso é exorbitante”.
Para ela, o produto contribui muito para a balança comercial brasileira e não se pode deixar o setor com prejuízos e ‘sem a mão do estado’.
“Assim como fizemos com os pequenos agricultores, vamos socorrer o etanol. Esse assunto não é só do Mapa [Ministério da Agricultura], mas é também um problema do Ministério de Minas e Energia, que tem uma preocupação muito grande com o setor. Acho que nesta semana tenho resultado [solução] para o setor, para que possa colher a cana e planejar as próximas safras”, afirmou Tereza Cristina.