Secretaria de Agricultura mostra crescimento da exportação de carne bovina, suína e de frango

17/06/2020 - Exportação de carne bovina teve alta de 41,5% em relação a maio de 2019.

Fonte: Agrolink e Secretaria de Agricultura (SP)

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          O Grupo Técnico de Monitoramento do Abastecimento de Alimentos e Produtos Agropecuários no Estado de São Paulo lança o décimo diagnóstico atualizando os principais impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) ao setor. Os dados englobam toda a cadeia, nos 645 municípios, e são de 25 de maio a 5 de junho de 2020. Entre os destaques do relatório estão o aumento da exportação de carne bovina, suína e de frango.

 

          O relatório apresenta registro do FinPec, a partir de dados divulgados pela Secretaria de Comercio Exterior (Secex) para maio deste ano, que as exportações de carne bovina totalizaram cerca de 155,13 mil toneladas com receita de US$ 682,63 milhões, refletindo alta de 41,5% sobre maio de 2019. O preço médio da carne bovina na exportação alcançou US$ 4.400 por tonelada, uma alta de 13,4% em relação a maio do ano passado.

 

          A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) registra que a demanda aquecida, principalmente do mercado chinês, resultou em aumento de 27% em volume e faturamento dos embarques de carne in natura na comparação entre maio e abril de 2020. A CNA destaca o potencial de dois novos importadores para a carne bovina brasileira: Tailândia, aberto recentemente, e Peru.

 

          As exportações de carne suína brasileira voltaram a crescer, somando 90,7 mil toneladas em maio, aumento de 53,2% em relação ao ano passado. Houve também incremento de 4,9% no preço médio, chegando a US$ 2.372 por tonelada, em relação a maio do ano passado.

Também houve melhora nas vendas de animais vivos e da carne suína em maio, o que elevou as cotações de todos os produtos de origem suinícola. Dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) mostram que a 1ª semana de junho começou com preços a R$ 88,00/@ do suíno, mas se recuperou novamente alcançando R$90,00/@. Entretanto, com os custos de produção ainda altos, esses valores ainda não estão cobrindo os preços de venda, causando preocupação entre os criadores. Ainda, a CNA destaca que na primeira semana de junho, o Vietnã habilitou uma planta brasileira para exportação de suínos, o que deve elevar a demanda internacional.

 

          No mercado de carne de frango, a FinPec registra, a partir de dados divulgados pela Secex, que embora o volume das exportações em maio tenha sido maior que do ano anterior, o valor faturado recuou devido ao menor preço médio pago pela tonelada. Os embarques brasileiros totalizaram 372,5 toneladas em maio, refletindo avanço de 4,3% em relação ao ano anterior. A receita com as vendas externas totalizou US$ 499,2 milhões com recuo de 17,6% em relação a maio do ano passado. O valor médio de venda foi de US$ 1.340 por tonelada, representando um recuo de 21,1% em relação ao ano anterior. Na primeira semana de junho, segundo a CNA, o Vietnã habilitou quatro plantas brasileiras para exportação de aves, o que deve elevar a demanda internacional.

 

          Ainda segundo a FinPec, as cotações do frango vivo seguem em busca de equilíbrio no mercado brasileiro, enquanto os preços do farelo de soja, utilizado na atividade avícola, estão em alta. Esse cenário levou ao pior poder de compra do avicultor em dois anos. No mercado de frango vivo, a demanda final desaquecida tem pressionado os valores de toda a cadeia. Os estoques de carne de frango estão em alta, o que reduz a procura por novos lotes de animais.

 

          No mercado de ovos, foi registrado enfraquecimento na demanda, devido ao período do final do mês, o que pressionou as cotações de ovos comerciais. A dificuldade em escoar a produção tem levado avicultores a negociar suas cargas a preços mais baixos. Agentes do setor relatam que as desvalorizações têm sido limitadas pelas temperaturas mais baixas, que diminuem a produção de ovos e, consequentemente, o excedente nas granjas e distribuidoras.

 

          No mercado interno, a situação do setor sucroenergético continua crítica, apesar da gradual e leve recuperação dos preços do açúcar e etanol, sustentados pelas altas da cotação do petróleo.  Na primeira semana de junho, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou linha de financiamento para estocagem de etanol, o que deve reduzir a pressão sobre os preços do etanol e viabilizar a comercialização do produto em momento mais oportuno.

Após 15 anos sem exportar, o setor de carnicinicultura comemorou no final de maio o embarque dos primeiros contêineres de camarão para os Emirados Árabes Unidos, segundo a CNA. No mercado interno, os produtores de peixes e camarões continuam com problemas para comercializar seus produtos e o preço dos pescados está em queda.

 

          As adversidades meteorológicas, como geada na região do Alto Tietê, têm amenizado a queda de preços no mercado de algumas culturas, contudo, ainda se observa redução do faturamento dos agricultores.

 

          Segundo o relatório, na última pesquisa conduzida pela Secretaria junto às Câmaras Setoriais, 14 câmaras participaram, dentre elas: 3FLV (flores, frutas, legumes e verduras), amendoim, arroz/feijão, café, borracha natural, citros, fungicultura, macadâmia, olivicultura, produtos apícolas, suínos, caprinos e ovinos, trigo e uva e vinho. Todos os participantes relataram aumento de seus custos de produção em comparação àqueles vigentes antes da pandemia, decorrentes da alta nos preços dos insumos, dificuldades logísticas, custos de produção aumentados com redução no faturamento e despesa para adequação aos novos protocolos de segurança para mitigação das possibilidades de contágio da Covid-19.

 

          O relatório também traz informações sobre a demanda pelo serviço de transporte rodoviário de carga que se manteve em queda, porém, indicando uma suave tendência de estabilidade no patamar de -40%. Outro setor bastante impactado pela crise é o de Food Service, que voltou a indicar redução do faturamento de operadores 46,9%, na 1ª semana de junho, e 51,2% na última semana de maio, em comparação ao mesmo período no ano de 2019. Embora a redução média para as últimas três semanas ainda esteja na marca de 50%, a curva do gráfico parece indicar uma futura recuperação do setor. 

 

          Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira, alimentar a população de São Paulo, garantir a produção no campo, apoiar a ampliação de canais de escoamento de produtos agrícolas por meio da pesquisa, inovação, empreendedorismo e gestão de risco é um dever da Pasta. “Para isso, promovemos o monitoramento contínuo de toda a cadeia do agronegócio, contando com a colaboração dos principais representantes do setor privado e orientando todos os elos envolvidos. Estamos promovendo meios para que o abastecimento seja sustentado e ampliado em todo o Estado de São Paulo”, afirma.

 

          O Grupo Técnico de Monitoramento do Abastecimento de Alimentos e produtos agropecuários no Estado de São Paulo é composto pelo secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Diniz Junqueira, Presidente da InvestSP (Agência de Promoção de Investimentos e Competitividade), Wilson Mello, representantes da Prefeitura, da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), Associação Paulista de Supermercados (APAS), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), Instituto de Food Service Brasil e outros importantes representantes do setor privado.