30/07/2020 - Estudo projetou cenário de grãos, proteínas e outros produtos em dez anos.
Fonte: AgroLink
O agronegócio brasileiro responde por 21% do Produto Interno Bruto (PIB) e 20% dos empregos no país. O Brasil exporta para mais de 200 países e é o terceiro maior exportador mundial de produtos agrícolas, podendo bater um recorde na casa de US$ 106 bilhões neste ano.
E pode melhorar mais ainda na década que está por vir. Um estudo publicado pelo Mapa nesta terça-feira (28) aponta as projeções para o agronegócio na década 19/20 até 29/30. As regiões que mais devem crescer são Centro-Oeste (33%) e Norte (30%), com destaque para expansão de novas áreas. Entre os grandes produtores, Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de milho e soja no país. O Matopiba também deve assumir importante papel, com produção de 32,7 milhões de toneladas de grãos.
Em grãos a produção deve saltar de 250 milhões de toneladas para mais de 318 milhões de toneladas, uma alta de 27%. A área plantada com grãos deve expandir de 65,5 milhões de hectares para 76,4 milhões de hectares, alta de 16,7%. O estudo considera algodão caroço, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale. A produtividade total dos fatores projetada até 2030 deve crescer à taxa anual média de 2,93%. Destaque para Rondônia, que deve elevar a produção em 38% e Tocantins 31% de alta.
Algodão, milho de segunda safra e soja devem continuar puxando o crescimento da produção de grãos, com uma taxa anual de crescimento de 2,4%. O documento ressalta que “esse avanço, entretanto, exigirá um esforço de crescimento que deve consistir em infraestrutura, investimento em pesquisa e financiamento”.
Nas proteínas também serão notados avanços. A produção de carnes (bovina, suína e aves) deverá aumentar em 6,7 milhões de toneladas. Representa um acréscimo de 23,8%. As carnes de suínos e de frango, são as que devem apresentar maior crescimento nos próximos anos. A produção de carne bovina deve crescer 16,2%.
Projeção internacional
Segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em 2029-30, o Brasil deverá participar com 51,98% das exportações mundiais de soja, 35,3% da carne de frango, 23,2% das exportações de milho, 22,7% do algodão e 9,7% das exportações de carne suína.
Além dos produtos tradicionais como café, suco de laranja, açúcar, soja e carnes, outros produtos assumem importância crescente. Entre estes, podem ser lembrados a celulose e o milho que está numa crescente, junto com as frutas que apresentaram bons resultados no mercado externo.
Agricultura familiar
A agricultura familiar que tem cerca de 4 milhões de estabelecimentos no país também aparece na projeção. A expectativa da década é chegar a 11,4 milhões de toneladas de mandioca, 24,5 milhões de toneladas de café, 745,2 milhões de toneladas de fumo, 2,69 milhões de toneladas de carne suína, 8,36 milhões de carne de frango, e 20,3 bilhões de litros de leite. Soja, feijão e milho são as atividades onde a agricultura familiar tem menor participação. Isso pode ocorrer devido à produção em larga escala e ao uso de tecnologia.