2020 avança e já vem sendo marcado por um novo ano de recordes. As intensas exportações brasileiras de carne e a oferta restrita de animais para abate mantêm as médias mensais da arroba em patamares recordes no mercado nacional.
De acordo com o boletim informativo do Cepea, a valorização da arroba, contudo, não indica que o pecuarista está com margem maior. Isso porque os animais de reposição (bezerro e boi magro) estão sendo negociados igualmente em patamares recordes reais das respectivas séries do Cepea. Além da reposição – que representa mais da metade dos custos de produção de pecuaristas recriadores –, a forte valorização do dólar neste ano elevou os preços de importantes insumos pecuários que são importados.
Os insumos de alimentação, como milho e farelo de soja, estão bastante valorizados. No caso da indústria, enquanto as exportações aquecidas e o dólar elevado ajudam na receita, os frigoríficos que trabalham apenas no mercado doméstico se deparam com matéria-prima em patamar recorde e demanda por carne bovina um pouco enfraquecida. A carcaça casada do boi é negociada em patamares superiores aos verificados em anos recentes, ao passo que a população começa a perder o poder de compra, diante da crise econômica gerada pela pandemia de covid-19.