15 de Outubro - Dia das Mulheres Rurais
Fonte: Brasmax Blog
Com cerca de 1 milhão de mulheres no comando de parte dos mais de 5 milhões de empreendimentos rurais do país, a realidade do campo brasileiro é também feminina.
Atualmente, segundo dados da consultora em sucessão familiar Marielly Bieff, coautora do livro “Mulheres do Agro”, 30 milhões de hectares são administrados por mulheres no Brasil, sendo 42% desse total voltado à agricultura e 48% desta fatia à produção de soja.
No mundo, de acordo com a Comissão Sobre a Situação da Mulher na ONU (Organização das Nações Unidas), 43% dos pequenos agricultores (cerca de 1,3 bilhão, no total) pertence à população feminina.
Estes números expressivos mostram como a presença feminina no campo vem crescendo, especialmente devido ao avanço da tecnologia no setor. Com a necessidade de uma agricultura cada vez mais inovadora e estratégica, as mulheres trazem conhecimento e talento aos serviços essenciais dentro e fora da porteira.
Isto é, a competência feminina é vista em prática em todos os processos do agro, como no planejamento da safra, administração da propriedade e segurança do trabalho, até em atividades externas ligadas à agricultura, como engenharia agronômica, marketing e consultoria, por exemplo.
Embora a relevância feminina esteja em amplo crescimento no campo, ainda há tabus e tradicionalismos que precisam ser superados visando o empoderamento da mulher rural e a consequente evolução do setor.
Uma pesquisa realizada entre 2015 e 2016, pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), mostra que 67% das mulheres rurais ainda não sente que este é um espaço igualitário em oportunidades.
Em sua pesquisa acadêmica, Marielly Bieff aponta cinco grandes fatores para ainda haver desigualdade entre os gêneros no campo, sendo motivos culturais, emocionais, de confiança, econômicos e de múltiplos papéis (jornada extensa).
Seja qual for o fator que afaste a mulher da atividade rural, é crucial que entendamos que, com capacitação e inovação, a presença feminina só tem a agregar. Por isso, é preciso que o mercado também incentive este movimento através da contratação da mulheres e seja mais abrangente na sucessão familiar das atividades.
A ONU, em seus Princípios de Empoderamento das Mulheres, estabelece sete medidas que podem ser adotadas pelas corporações para o avanço feminino no mercado. São eles:
A autora Marielly Bieff também nos lembra: “contra a competência não há argumentos”. As mulheres já ganharam espaço na agricultura e com o aperfeiçoamento da liderança, visando a produtividade e a rentabilidade das lavouras, este protagonismo crescerá ainda mais.
Com a soma das potências profissionais femininas e masculinas, trabalhando em sinergia e complemento de habilidades, a agricultura só tem a ganhar. Um mercado mais igualitário em oportunidades e múltiplo em talentos é um mercado ainda mais forte.